5.12.06

O ano é 1984. Eu era uma pequena criança piracicabana, bobinha, quase míope e pisciana que sonhava em participar das gravações do Bambalalão (aliás, ele foi ao Bambalalão inúmeras vezes, meu herói). Ah, e a gente tinha em casa um cachorro chamado Boni. Aliás, quase todos os cachorros da minha infância se chamavam Boni (o nome completo desses cães era Bonifácio da Silva Xavier, nome chique). Em 1984 eu freqüentei o Pré III; foi o único ano de pré que eu fiz, porque eu odiava profundamente o universo do Pré-primário, as brincadeiras, as professoras e as salas de aula enfeitadas com a turma da Mônica - quer dizer, achava horrível todo aquele universo, manja? Detestava. Mas daí que em 84 rolou a Festa do Livro, uma festa de fim de ano, de celebração do término dos estudos do pré. E eu lá, né, com a minha única amiguinha no universo inteiro, caipira e quase míope. Mas sabe que eu gostei da Festa do Livro? Especialmente porque eu me dei conta de que aquilo era uma despedida, de que nunca mais teria que fazer aquelas coisas insuportáveis do Pré, como conviver com as professoras chatas, ficar desenhando em grupo, fazer trabalhos com massinha e giz de cera, blá blá blá. O que eu queria mesmo era sentar a sério e estudar, aprender a ler e escrever, aprender coisas de gente grande, matemática, ciências. E, mais do que isso, eu queria começar a usar o uniforme do primário, que era ultralegal: camiseta branca e saia azul marinho. Coisa séria, mesmo. Nada mais daquele vestidinho brega cor-de-rosa e xadrez do Pré.
Bom, o negócio é que a Festa do Livro me marcou porque celebrou o fim de uma fase chata. E eu me lembrei dessa coisa toda por causa da querida miguxa e do seu filho pardalzinho, que agora estão às voltas com a Festa do Livro. E eu espero que essa festa seja marcante pro menino pardalzinho, de coração! :))

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